ASSOCIAÇÃO ENTRE PRESSÃO ARTERIAL E VULNERABILIDADE AO ESTRESSE EM ENFERMEIROS DE UM HOSPITAL GERAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SP

Cristiane Mendes Lima, Josiane Lima de Gusmão

Resumo


Uma queixa comum entre os trabalhadores da enfermagem são os transtornos mentais e comportamentais, principalmente o estresse, importante fator de risco para o desenvolvimento da hipertensão arterial e, consequentemente, das doenças cardio cerebrovasculares, principal causa de morte no Brasil e no mundo. A hipertensão é uma doença que atinge aproximadamente 30% de indivíduos adultos no Brasil e embora não seja considerada uma doença do trabalho, é importante ressaltar seu impacto na saúde do trabalhador, uma vez que é responsável também por absenteísmo, aposentadoria precoce e incapacidade para o trabalho. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi verificar a associação entre níveis de pressão arterial e vulnerabilidade ao estresse entre enfermeiros de um hospital de grande porte de São José dos Campos - SP. Para tanto, foi realizado um estudo exploratório, descritivo, retrospectivo com abordagem quantitativa utilizando dados de 65 enfermeiros do banco de dados do estudo primário Avaliação de Saúde dos Trabalhadores de um Hospital Geral de São José dos Campos SP, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Taubaté. Foram utilizados dados pessoais, dados profissionais, estilo de vida, morbidade referida, antecedentes familiares, percepção e vulnerabilidade ao estresse, dados antropométricos, pressão arterial e circunferência abdominal. Os dados obtidos foram apresentados na forma de tabelas e figuras e analisados quantitativamente. Foi considerado significativo p<0,05. Observou-se predomínio do sexo feminino, etnia branca, idade entre 30 e 39 anos, solteiros, com até 5 anos de trabalho na instituição e renda familiar declarada entre 3 a 7 salários mínimos; a maioria dos enfermeiros não tem outro emprego e trabalha aos finais de semana. Quanto aos hábitos de vida, aproximadamente metade referiu ingerir bebida alcoólica, sendo que a maioria não era tabagista. Aproximadamente metade dos enfermeiros referiu praticar exercícios regulares. A prevalência de hipertensão referida foi 13,8%, mas 16,9% estavam com a pressão elevada. Outra condição comum foi a hipercolesterolemia (20%). A média de IMC foi de 26,2±5,6 Kg/m², sendo que a maioria dos enfermeiros estava na faixa de sobrepeso ou obesidade (52,3%). Dentre as mulheres, 54,7% estavam com a circunferência abdominal aumentada e, dentre os homens, 25%. Em relação à vulnerabilidade ao estresse, 60% apresentaram moderada vulnerabilidade e aproximadamente metade (47,7%) se considerou nervoso ou estressado. A associação entre vulnerabilidade ao estresse e pressão arterial mostrou que os enfermeiros com baixa vulnerabilidade ao estresse apresentaram PAD significativamente menor (72,9(10,3) mmHg) do que aqueles que apresentaram moderada vulnerabilidade (78,3(9,5) mmHg), p<0,05. Conclui-se que enfermeiros com moderada vulnerabilidade ao estresse têm níveis de pressão arterial diastólica mais elevados do que enfermeiros com baixa vulnerabilidade.

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