ESPIRITUALIDADE E SAÚDE MENTAL: DESAFIOS AO TRABALHO EM SAÚDE NA CONTEMPORANEIDADE

João Bosco Filho, Marilissa Maciel Maineri, Rosangela Symara Araújo, Robson Edney Mariano N. e Silva

Resumo


Introdução: Inúmeras são as concepções de saúde e doença construídas durante a história da humanidade, entretanto, com o advento da Ciência Moderna, as questões que se referem a esse fenômeno passaram a ser discutidas no âmbito das ciências da saúde, que negou toda e qualquer fazer de saber que não passasse pelo crivo do pensamento positivista. Reconhecida a insuficiência do saber cientifico na resolução dos problemas de saúde, outras áreas passam a ser reconhecidas e convidadas como importantes para se compreender o processo saúde/doença em toda complexidade que o envolve. Nesse cenário vem ganhando destaque as Ciências da Religião, que convida as Ciências da Saúde a promover avanços nessa área a partir de discussões que envolve medicina, fé, religiosidade e espiritualidade no contexto do cuidado em saúde mental. Objetivo: Analisar as concepções de religião, religiosidade e espiritualidade no processo de recuperação e ou redução de danos de sujeitos acometidos por dependência a substâncias psicoativas, inseridos em grupos operacionais de Centros de Atenção Psicossocial Álcool e outras drogas. Método: O estudo, caracterizado como uma pesquisa qualitativa, foi realizada em um CAPS AD III, em um município do Rio Grande do Norte. Os dados foram construídos a partir de entrevistas, que foram transcritas e analisadas com base na análise de conteúdo. Resultados: A compreensão da relação entre saúde/doença e espiritualidade/religiosidade nem sempre foi clara ao longo da história humana, o que em parte criou alguns obstáculos ao avanço do entendimento médico acerca do ser humano como ser integral. Apesar disso, vários estudos têm apontado que a fé é um dos muitos fatores que podem influenciar positivamente no processo de recuperação de enfermos, bem como, em sua relação (muitas vezes, de aceitação) de determinado quadro clínico. Tal fenômeno se daria, especialmente, devido ao fato de que, o psiquismo humano se relacionaria ao estado de manutenção da saúde física (e vice-versa). No campo da saúde mental, a religiosidade contribuir para a redução de danos dos sujeitos usuário de álcool e outras drogas. Conclusão: Ao longo do presente trabalho pudemos perceber que, a religiosidade e a espiritualidade suscitam a esperança de um chegar lá, induzindo muitos usuários de substâncias psicoativas a acreditarem que suas doenças poderão ser enfrentadas, e vencidas, com o auxílio da fé. Para tanto, tal pessoa encontraria na área religiosa/espiritual, ânimo, equilíbrio psicológico, força, necessárias a elaboração de perspectivas na condução do tratamento operacionalizado no CAPS, influenciando positivamente.

Texto completo:

PDF


1) UnG - Universidade Guarulhos 2) Indexador: Latindex 3) Indexador: Dialnet