ANÁLISE DOS CASOS DE ACIDENTES ESCORPIÔNICOS NO BRASIL

Nathália Alves Castro do Amaral, Marcelo Luiz Medeiros Soares, Cássia Juliana da Silva Araújo, Bruna Michelle de Souza Alves, Aline Luzia Sampaio Guimarães

Resumo


Introdução: A importância dos acidentes por animais peçonhentos para a saúde pública pode ser expressa pelos mais de 100 mil casos e quase 200 óbitos registrados por ano, decorrentes dos diferentes tipos de envenenamento. Destes, o escorpionismo vem adquirindo magnitude crescente, correspondendo, em 2007, a 30% das notificações, e superando os casos de ofidismo. Objetivo: O estudo ocupou-se em observar o comportamento temporal da incidência do agravo, bem como delinear o perfil demográfico dos casos notificados entre os anos de 2001 e 2014. Método: Desenho epidemiológico descritivo a partir de consultas ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponível no sítio eletrônico do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Resultados: Dos 691.147 casos de acidentes por animais peçonhentos notificados, 40% referiu-se a escorpiões. A incidência do agravo passou de 0,1 em 2001 a 0,4 em 2014. Sendo a Região Nordeste responsável pela maioria das notificações (47%), seguida da Sudeste (41%). Os gêneros foram igualmente notabilizados, 50% homens e 50% mulheres, entre 20-39 anos (33%) e da raça parda (42%). A grande maioria das vítimas evoluiu à cura (93%), tendo sido realizado o atendimento entre 0-1 hora na maior parte das vezes (47%). Conclusão: A incidência vem aumentando ao longo dos anos, sendo a Região Nordeste a maior notificadora. Não se percebeu determinação de gênero em relação aos ataques, sendo a maior parte das vítimas foram adultos jovens e da cor parda. A infecção demonstrou-se pouco letal e a intervenção vem sido realizada em tempo hábil. Por ser um agravo de relevância à saúde pública, sugere-se políticas públicas voltadas à implantação e implementação de programas de controle de escorpiões em todos os estados da federação, objetivando a vigilância constante dos casos, assim como o monitoramento de regiões com maior probabilidade de ocorrer os acidentes. Além disso, indica-se atenção à adequada coleta de lixo e esgotamento sanitário com vistas a reduzir a incidência.

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