FORMAÇÃO DE ADOLESCENTES ESCOLARES COMO MULTIPLICADORES SOBRE HANSENÍASE: UMA AÇÃO INCLUSIVA NO PROGRAMA SAÚDE ESCOLAR

André Phyllype Pereira Coutinho, Marcus Vinicius Bianchi Nunes da Silva Bento, Afonso César André Silva, Otávio Augusto José Marques Guedes, Gabriel Arruda de Souza Fernandes

Resumo


Introdução: A hanseníase é uma das mais antigas doenças da humanidade, que acomete a pele e os nervos, podendo comprometer a função vital de alguns órgãos, principalmente os de grande mobilidade. Além do comprometimento biológico e funcional é marcada por um contexto histórico impregnado por estigmas e preconceitos. Essa realidade tende a comprometer as políticas públicas no controle da mesma, concorrendo para sua endemicidade em Recife-PE, com aumento no registro de casos em menores de 15 anos. O adolescente apresenta um papel com potencialidades de protagonismo na propagação de conhecimentos em saúde para o autocuidado, de seus pares, familiares e comunidade. Objetivo: Capacitar adolescentes como multiplicadores em saúde a acerca da hanseníase, mediante a linguagem artística do Teatro do Oprimido. Método: É um estudo do tipo pesquisa-ação definido não só como método de investigação, mas como estratégia de conhecimento teórico-prático apreendido em ação educativa em saúde mediada por Círculos de Cultura, proposto por Monteiro e Vieira (2008) com base nos pressupostos de Paulo Freire sobre hanseníase e os fundamentos do Teatro do Oprimido (BOAL, 2013). Resultado e Discussão: Foi produzido no coletivo, pelos 20 adolescentes participantes dos Círculos, uma peça teatral contextualizada em um cenário de agência bancária, composta pelo desencadeamento de três cenas. Elas retratavam um texto alicerçado pela problematização e acesso a conhecimentos incitadores quanto ao estigma, conceito, transmissibilidade, diagnóstico precoce, tratamento e a responsabilidade social com a disseminação de conhecimentos sobre a doença, tendo o teatro do oprimido como uma estratégia educativa criativa, crítica e reflexiva para prevenção e controle da hanseníase. Os personagens foram reportados buscando uma proximidade com a realidade, entretanto duas adolescentes assumiram os personagens de coringa. A entrada destes personagens em determinados momentos de peça, ocorria concomitante com um congelamento da cena, com a finalidade de interagir com a plateia provocando reflexões críticas do contexto apreciado, desvelando as atitudes de personagens opressores e de oprimidos, como também oportunizar aos mesmos a possibilidade de intervir e até modificar a cena, ao propor recriar e assumir o papel de algum dos personagens. Conclusão: O diálogo entre os construtos teóricos metodológicos propostos por Freire e Boal vem alicerçar o protagonismo dos adolescentes e dos graduandos de enfermagem em formação extensionista quanto ao compromisso de atuarem como agentes de transformação da realidade, identificando desafios e limitações e propondo caminhos dialógicos de mobilização pelo acesso ao conhecimento e desenvolvimento do pensamento crítico, para propor modos renovados de perceber-se almejando e atuando na construção de um mundo promotor de saúde.

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