A MUDANÇA NA FORMAÇÃO DE ENFERMAGEM MEDIADA PELA INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO: RELATO DE EXPERIÊNCIA NA UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

Katiuscia Araujo de Miranda Lopes, Maria Tayná Silva Feitosa, Marilene Nunes De Almeida, Renata Duarte Gomes, Gioconda Maria De Sá Cavalcanti Dos Santos, Juliana Ferreira Rozal

Resumo


Introdução: Estamos experimentado hoje na Universidade de Pernambuco, na Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças, debates que têm permitido avançar em reflexões e proposições sobre a formação superior, proporcionados por políticas públicas formuladas pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde (SGETS), do Ministério da Saúde, denominada Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET), em sua atual versão PET-GRADUASUS1. A proposição central se baseia no fortalecimento de uma relação entre a universidade, os serviços locais de saúde e a comunidade. Reconhecendo a inadequação dos modelos de formação para enfrentar os desafios atuais da atenção à saúde, é necessário articular esses três atores num sistema mais complexo e orientado para a inovação das práticas de saúde e da formação profissional2. Objetivos: Relatar a experiência na discussão para integrar os estudantes e professores dos cursos de graduação de enfermagem na área da saúde com trabalhadores que compõem as equipes dos serviços de saúde da cidade de Recife, Pernambuco. Métodos: Quatro (4) docentes da Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças (FENSG/UPE) junto a 5 preceptores e 12 alunos da graduação, nos diversos períodos de formação, organizaram grupos de trabalho desde Maio de 2016. Os grupos foram divididos em: 1- Projeto Político Pedagógico do Curso (PPP), 2- Educação Permanente e Continuada e 3- Contrato Organizativo de Ação Pública de Ensino-Saúde. Os grupos traçaram metas para o primeiro e segundo ano de discussão, e mensalmente socializam em reuniões mais amplas as ideias construídas, os desafios enfrentados e os resultados obtidos. Resultados e Discussão: Pode-se verificar como é comum o relato de que, muitas vezes, a academia está no serviço, mas que não são considerados os trabalhadores que lá estão. Mostra o quanto é necessário adequar os objetivos acadêmicos a uma nova realidade. Também foi comum perceber a resistência do profissional do serviço em participar ativamente do processo de formação dos estudantes, alegando que o mesmo se dá de forma assistemática e solitária, sem uma discussão ou presença mais efetiva do docente. Esses profissionais sofrem uma pressão da lógica de organização dos serviços centrada na produtividade de seus procedimentos. As Discussões abriram oportunidades para pensar sobre as contrapartidas que a academia pode promover aos profissionais, serviços de saúde e comunidade e permitiram apropriação dos alunos ao PPP. Porém, houve pouco avanço na formalização do contrato cooperativo para a integração ensino-serviço. Conclusão: Deparamo-nos com muitos conflitos decorrentes de problemas e dificuldades na interseção desses dois mundos. Porém, quando a integração ensino-serviço acontece, a dicotomia entre o ensino e a produção dos cuidados em saúde se ameniza, e apontam para novos desafios para assegurar nos serviços e nos cursos da área da saúde, os ideais de sociedade justa, ética e igualitária.

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