SINAIS SUGESTIVOS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, OBSERVADOS POR ENFERMEIROS: REVISÃO DA LITERATURA.

Rebeca de Sousa Costa da Silva, Hellen Jacyara Mota Vidal Duarte

Resumo


Objetivo: É imprescindível a necessidade de enfermeiros capacitados para reconhecer os sinais e sintomas sugestivos à violência, pois esse fenômeno é uma realidade que vem se intensificando e crescendo a cada ano. Os enfermeiros, juntamente a equipe multidisciplinar, colaboram para o enfrentamento e atuam no encaminhamento de casos comprovados na rede de atenção à mulher vítima. Dessa forma, objetiva-se saber como os enfermeiros podem potencializar sua assistência na identificação de casos de violência, juntamente com a equipe multidisciplinar, identificando quais os principais sinais e sintomas sugestivos de violência contra a mulher elencados na literatura e as condutas por esse profissional em casos confirmados de agressão. Materiais e métodos: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura científica, norteada por um protocolo previamente elaborado pelos pesquisadores visando atender a questão norteadora do estudo. A busca foi realizada no mês de abril de 2019 por dois pesquisadores nas bases de dados LILACS e SCIELO, utilizando os descritores violência, mulher e enfermagem, seguidos do operador booleano AND entre eles para obtenção do cruzamento planejado. Compuseram a amostra estudos disponíveis na íntegra, 665. Após o cruzamento obteve-se 344 manuscritos, posteriormente como critério de inclusão foram aplicados os filtros feminino e enfermagem, e permaneceram 251 artigos, foi limitado a português, e nos últimos 10 anos, e aqueles que tinham o texto completo disponível. Como critério de exclusão, os que não atendiam ao tema proposto e trabalhos de revisão de literatura foram excluídos, para isso, foi realizada à leitura dos títulos e resumos, ao final, a coleta de dados ocorreu com 5 artigos para composição da amostra no total. Resultados: Considerando as repercussões da violência à saúde da mulher, o enfermeiro deve saber reconhecer sinais e sintomas que tenham relação direta ou indireta à violência, esse reconhecimento é essencial para a diminuição e prevenção desse fenômeno, para que possa haver a redução de casos de violência. A busca pelo serviço de saúde pelas mulheres, na maioria das vezes, só acontece em situações mais graves. Cabe então ao profissional da saúde, incluir ações que possam identificar precocemente essas situações. O estudo mostrou que os sinais sugestivos normalmente são as marcas visíveis de violência física como hematomas, tensões musculares e traumas vaginais em situações de violência física e sexual. Sinais como ideação suicida, gravidez indesejada e sintomas depressivos também foram elencados no estudo que podem ser sugestivos das mais variadas formas de violência. Esses sinais de violências podem levar a agravos e sequelas de ordem física, psicológica, financeira, moral e social. Compete ao enfermeiro trabalhar e estimular o diálogo com a mulher com questionamentos diretos ou indiretos, no intuito de compreender suas relações afetivas estimulando uma relação de confiança, realizando uma escuta qualificada, escutar além do que é verbalizado. Cabe-lhe ainda oferecer orientações sobre as opções e condutas para o enfrentamento do fenômeno como também fazer o encaminhamento adequado para os profissionais responsáveis pela justiça e proteção. Conclusão: Conclui-se que existem possíveis aspectos que sinalizam as agressões percebidas por enfermeiros em situações de violência contra a mulher. Observa-se a necessidade da educação permanente para auxiliar o profissional na identificação precoce desse agravo, para que seja possível a realização de atividades de promoção e prevenção da violência, bem como identificar casos confirmados e realizar as devidas intervenções e encaminhamentos nas redes de proteção à mulher em situações de violência por parceiro íntimo.

Palavras-chave


Violência. Mulher. Enfermagem.

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