A IMPORTÂNCIA DAS ABORDAGENS FISIOTERAPÊUTICAS NAS DESORDENS TEMPODOMANDIBULARES-UMA REVISÃO DE LITERATURA

Resumo

Objetivo: Buscou-se avaliar a eficiência e importância das abordagens fisioterapêuticas no tratamento das disfunções temporomandibulares. Materiais e Métodos: A revisão de literatura foi realizada a partir de consulta nas bases de dados Lilacs, Scielo e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), além da ferramenta de buscas PubMed, publicados entre os anos de 2002 a 2019. O levantamento foi realizado em Abril e Maio de 2019, sendo a estratégia de buscas formulada por meio dos descritores encontrados no Descritores de Saúde (DECS), e utilizando-se as palavras-chaves Disfunção Temporomandibular, Fisioterapia, Articulação Temporomandibular, Tratamento e Dor. Foram considerados elegíveis neste estudo, após utilizar os critérios de inclusão e exclusão o total de 10 artigos, sendo estes estudos de casos e revisão de literatura, os quais embasassem as técnicas fisioterápicas frente os desarranjos temporomandibulares. Foram excluídos os artigos que não fizeram menção à relevância da fisioterapia no tratamento singular ou interdisciplinar. Resultados: A articulação temporomandibular (ATM) é classificada como sinovial, biaxial, sendo capaz de realizar movimentos como elevação, depressão, protrusão e retração da mandíbula e de lateralidade. Essa articulação é considerada como a mais complexa do corpo humano, estando vulnerável a alterações funcionais ou patológicas, ocasionando desordens, como as disfunções temporomandibulares (DTM). As disfunções temporomandibulares podem ser definidas como uma condição patológica que afeta a articulação temporomandibular, os músculos da mastigação e seus componentes adjacentes. A maior causa de dor na DTM é musculoesquelética, envolvendo a região cervical e a musculatura da mastigação. Sua etiologia é mul¬tifatorial e muitos estudos buscam definir seus mecanismos predisponentes, causais e perpetuantes, os quais podem ocorrer em todas as faixas etárias, embora sua incidência maior é entre 20 e 45 anos. Entre os 15 e 30 anos as causas mais frequentes são as de origem muscular e, a partir de 40 anos, de origem articular. As mulheres são mais acometidas que homens em uma proporção de cinco para cada homem. A fisioterapia é considerada um procedimento simples, reversivo e não invasivo, de baixo custo, que favorece a comunicação e a confiança paciente-profissional. A fisioterapia representa um grupo de ações de suporte importante para o sucesso do tratamento de pacientes portadores de desordens temporomandibulares. A intervenção da fisioterapia é realizada através do emprego de várias modalidades terapêuticas tais como eletroterapia por ultrassom e fonoforese, laserterapia e analgesia por estimulação elétrica transcutânea (TENS), terapia de calor e frio, terapia manual para mobilização de tecidos moles e articulares bem como a liberação miofascial dependendo de uma avaliação criteriosa do paciente. O fisioterapeuta pode intervir não só diretamente no tratamento das desordens temporomandibulares, como também indiretamente na reeducação e reestruturação posturais por meio do reposicionamento da mandíbula ao crânio, minimização da dor muscular, melhora da amplitude de movimentos, reeducação do paciente em relação ao posicionamento correto da mandíbula, redução da inflamação e fortalecimento do sistema musculoesquelético. Conclusão: A literatura demonstra a importância e eficácia do tratamento fisioterapêutico das desordens temporomandibulares, sejam elas originárias do sistema musculoesquelético, sensório-motor ou neurológico.
A fisioterapia é parte integral da abordagem interdisciplinar quando preconizada no tratamento da dor e demais desordens bucofaciais associadas às desordens temporomandibulares e outras condições de caráter orofacial. Entre as várias técnicas utilizadas, as mais utilizadas incluem massoterapia, cinesioterapia, termoterapia e eletroterapia, proporcionando, não só alívio da sintomatologia, como também restabelecimento da atividade muscular e equilíbrio-postural.