BENZIDAMINA REGRIDE MUCOSITE ORAL EM PACIENTES COM CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Roniery de Oliveira Costa, Petra Fabíola dos Santos Araújo

Resumo


Objetivo: Realizar uma revisão sistemática sobre a ação da benzidamina na regressão da mucosite oral em pacientes com câncer de cabeça e pescoço. Materiais e métodos: A revisão sistemática foi iniciada em junho de 2018, utilizando as bases de dados Pubmed, Web of Science, Scopus, Ovid, Cochrane, ClinicalTrials, OpenGrey, ProQuest, Lilacs e BBO. As seleções dos artigos ocorreram em quatro etapas: identificação, triagem, elegibilidade e inclusão. Foram identificados 1730 artigos com repetições no programa Reference Manager, e após a remoção dos artigos repetidos foi fornecida pelo programa um lista com 1413 artigos, contendo título e resumo para serem avaliados por dois revisores independentes devidamente calibrados, utilizando uma amostra de 283 artigos (20%) com concordância Kappa considerada boa (K=0,855). Os critérios de exclusão foram revisão da literatura, cartas ao editor, editoriais, relato de caso, estudos in vitro e pesquisas com animais. Enquanto os critérios de inclusão foram selecionados em estudos que relatam a ação da benzidamina na redução ou aumento da mucosite oral em pacientes com câncer de cabeça e pescoço quando comparado ao grupo placebo ou não tratado. Os 1413 artigos foram avaliados inicialmente com bases nos critérios de inclusão e exclusão estabelecidos, sendo selecionados 13 artigos para avaliação integral do texto. Foram utilizado o fluxograma do Prisma, riscos de viés e avaliação da qualidade dos artigos, como critérios de seleção. Resultados: Foram selecionados 4 artigos relevantes para a revisão sistemática, dentre os 13 selecionados para a leitura integral. Nos resultados da escala Newcastle-Ottawa, observou-se uma boa qualidade dos artigos selecionados, provavelmente decorrente de estudos bem delineados, publicados em excelentes revistas e que respondem ao objetivo geral desse estudo. A maioria dos autores relatam que não existe consenso na literatura sobre o melhor tratamento para a redução da mucosite oral, existindo bastante divergência; no entanto, a benzidamina apresenta-se como uma alternativa viável, refletindo diretamente na qualidade de vida do paciente e na sua motivação de prosseguir o planejamento terapêutico. Os efeitos da benzidamina tem apresentado um efeito significativo na redução da mucosite oral a partir da 4 semana de tratamento, quando comparado ao grupo placebo, no qual evidenciam que a benzidamina é eficaz na redução da dor em pacientes com mucosite oral relacionada à radioterapia para cabeça e pescoço. A benzidamina (0,15%) pode ajudar a retardar a progressão da mucosite e reduzir a intensidade da dor e que pode ser mais eficaz mais que a clorexidina (0,2%). Um dos estudos selecionados, descreve que bochechos de benzidamina podem diminuir a mucosite oral em pacientes com câncer de cabeça e pescoço, que recebem radioterapia em doses de radiação até 50 Gy, que não recebem quimioterapia concomitante. No entanto, um estudo recente destaca a efetividade da benzidamina na regressão da mucosite oral em doses maiores de radioterapia em pacientes com câncer de cabeça e pescoço.Conclusão: A benzidamina é uma alternativa eficaz na redução da mucosite oral em pacientes com câncer de cabeça e pescoço quando comparada com o grupo não tratado ou placebo, principalmente após 4 semanas de tratamento e em doses até 50 Gy.

Palavras-chave


Mucosite; Radioterapia; Benzidamina; Câncer de Cabeça e Pescoço

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