O EFEITO DA ESTIMULAÇÃO DA VIA GLICOLÍTICA NA FUNCIONALIDADE DE ESPERMATOZOIDES CANINOS.

Francisco Laecio Silva de Aquino, João Diego de Agostini Losano, Marcel Henrique Blank, Vivian Cardoso Castiglioni, Marcilio Nichi, Daniel de Souza Ramos Angrimani

Resumo


Introdução: Atualmente, ocorre um avanço expressivo quanto ao desenvolvimento de diferentes biotecnologias da reprodução em caninos, tais como, inseminação artificial intrauterina e criopreservação seminal. Contudo, para obter melhores índices de fertilidade nestas técnicas, o estudo da fisiologia espermática perfaz necessário. Dentre as mais inovadoras vertentes de pesquisas, destaca-se o estudo quanto a geração de energia (ATP) em espermatozoides. Em bovinos e camundongos foi observada a importância da via glicolítica para manutenção da motilidade e homeostase celular, informação inovadora, já que até então, a fosforilação oxidativa desempenhada pela via mitocondrial era validada como a única forma de geração de energia para o espermatozoide. Entretanto, em cães ainda é desconhecida a importância da via glicolítica para a célula espermática. Objetivo: Desta forma, os objetivos deste estudo foram avaliar os efeitos do bloqueio da via mitocondrial na funcionalidade e na homeostase oxidativa dos espermatozoides caninos, utilizando o desacoplador mitocondrial carbonil cianeto m-clorofenil hidrazina (FCCP) e avaliar o papel funcional da glicólise na produção de ATP por meio da estimulação da via glicolítica, utilizando a glicose. Materiais e métodos: Para tal, o presente estudo foi conduzido utilizando dez cães (n=10) não castrados, de raças variadas e em idade reprodutiva (1 a 6 anos). Após a colheita e o processamento seminal as amostras foram diluídas para uma concentração de 100 milhões de espermatozoides por ml Então, o sêmen diluído foi dividido em alíquotas de 1.000 l de modo a considerar quatro grupos experimentais, Grupo Controle, amostras não tratadas; Grupo FCCP, amostras tratadas com FCCP (5M); Grupo Glicose, amostras tratadas com Glicose (5mM) e Grupo FCCP+Glicose, amostras tratadas com a associação de FCCP (5M) e Glicose (5mM). Após 15 minutos de incubação, os tratamentos foram submetidos as análises espermáticas, sendo essas, a análise computadorizada da motilidade do sêmen (via CASA), avaliação da integridade acrossomal e de membrana plasmática, atividade e potencial mitocondrial e fragmentação de DNA, além da resistência ao estresse oxidativo (TBARS). Resultados: O grupo Glicose (45±7,7A) e Controle (40,5±7,3AB), apresentaram maiores índices de motilidade progressiva, quando comparados ao grupo FCCP (22,2±7,8B) e a associação FCCP+Glicose (22,5±8,3B). O mesmo ocorreu com as variáveis VAP (Velocidade média de trajetória), VSL (Velocidade linear progressiva), ALH (Amplitude de deslocamento lateral da cabeça), Retilinearidade, Linearidade e porcentagem de espermatozoides rápidos. Ainda, foi possível observar maiores taxas de alto potencial de membrana mitocondrial nos grupos Glicose (19,1±4,9A) e Controle (21±5,8A), em relação a FCCP (1,1±0,6B) e a associação FCCP+Glicose (6,1±5,2B). Conclusão: Em cães, aparentemente a fosforilação oxidativa, proveniente da mitocôndria espermática tem efeito fundamental e insubstituível na homeostase espermática, quando comparada com a via glicolítica.

Palavras-chave


Fosforilação Oxidativa, Via Glicolítica, Cães

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