CORPO ESTRANHO LINEAR EM FELINO: RELATO DE CASO

Rosecleer Rodrigues da Silva, Lucas Furquim, Marcos Vinicius Mendes Silva, Jéssica Borghesi, Fabiana Augusto Pereira

Resumo


Introdução: Corpo estranho é qualquer objeto ingerido, pelo animal, que não pode ser digerido. Em gatos, como brincam com fios, é mais comum a presença do corpo estranho linear (CEL). Objetivo: Relatar a presença de um CEL em felino e, o procedimento clínico-cirúrgico realizado. Materiais e métodos: Foi atendido no Hospital Veterinário Público (Tatuapé) no dia 20 de agosto de 2019, um felino, fêmea, castrada, 10 anos, pesando 3kg. Na anamnese, a tutora relatou: anorexia há dez dias; oligodipsia; incontinência urinária; vários episódios eméticos por uma semana; foi visto barbante nas fezes por dois dias e no ânus, o qual foi puxado e cortado. No exame físico notou-se: mucosas normocoradas, desidratação moderada, sensibilidade na palpação abdominal, temperatura retal de 37,1ºC e, ao analisar a cavidade oral, foi encontrado uma linha ancorada na base da língua. Na ultrassonografia (US) observou-se o duodeno com paredes normoespessadas, parcialmente plissadas, com presença de imagem retilínea hiperecogênica, medindo cerca de 3,63cm. Instituiu-se fluidoterapia intravenosa com ringer lactato; tramal e dipirona via intramuscular; ondansetrona, metronidazol e cefalotina via intravenosa; coleta para hemograma, funções renal e hepática, proteínas totais e albumina; e encaminhamento para cirurgia. Como medicação anestésica foi utilizado metadona intramuscular; indução com propofol intravenoso; manutenção com isoflurano e oxigenoterapia; e fentanil IV em bolus bem diluído no trans-operatório. Realizou-se 4 enterorrafias e 1 enterectomia; a enteroanastomose e enterorrafias foram realizadas com sutura padrão simples interrompido com fio nylon 4.0; foi injetado solução fisiológica após sutura e não houve extravasamento do lúmen intestinal; a miorrafia foi padrão sultan com fio nylon 3.0; sutura subcutânea em padrão cushing com nylon 3.0; e dermorrafia em padrão de sutura sultan com nylon 4.0. Não houveram intercorrências no procedimento cirúrgico. No pós-operatório foi receitado tramal e dipirona para analgesia; maxicam como antiinflamatório; ranitidina como protetor gástrico; amoxilina+clavulanato de potássio e metronidazol como antibiótico. O animal foi encaminhado à internação externa sendo recomendado o uso de colar protetor ou roupa cirúrgica; alimentação microenteral; dieta líquida e pastosa em pouca quantidade e várias vezes ao dia. O animal retornou no dia posterior à cirurgia para US controle. Resultados: O diagnóstico foi confirmado pela inspeção da cavidade oral, ressaltando, como exposto em outros estudos, a raridade desse método de confirmação. Conclusão: CEL é considerado emergência cirúrgica. O procedimento de enterectomia, indicado na literatura, foi adequado para esse caso. Devido rupturas intestinais, pelo diagnóstico tardio, foram realizadas várias enterorrafias demonstrando a necessidade de uma precocidade no diagnóstico diante desses casos.

Palavras-chave: felino, cavidade oral, enterorrafia, enterectomia

Palavras-chave


felino, cavidade oral, enterorrafia, enterectomia

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