ELISA-AVIDEZ NA ESTRONGILOIDÍASE: SOROLOGIA POSITIVA E DIFERENCIAÇÃO DIAGNÓSTICA ENTRE INDIVÍDUOS COM OU SEM ELIMINAÇÃO DE LARVAS NAS FEZES

Henrique T. Gonzaga, Vanessa da S. Ribeiro, Nágila D. Feliciano, Marianna N. Manhani, Deise A.O. Silva, Marlene T. Ueta, Julia M. Costa-Cruz

Resumo


A força de ligação antígeno-anticorpo é definida como afinidade e a força com que anticorpo e antígeno multivalentes se ligam é conhecida como avidez, dependente da afinidade dos sítios para ligação do antígeno. Testes ELISA-avidez foram desenvolvidos no estudo de diferentes patógenos, porém, não há relato na literatura do uso desta metodologia na estrongiloidíase. O diagnóstico definitivo da estrongiloidíase é feito pela presença de larvas nas fezes, porém na maioria dos casos a eliminação das larvas é pequena e irregular, estabelecendo desafio diagnóstico na detecção da infecção. O presente trabalho avaliou a utilização do ELISA-avidez para anticorpos IgG na diferenciação entre a infecção ativa por Strongyloides stercoralis e suspeita de infecção. Foram avaliadas 80 amostras de soro: 40 de pacientes com liberação de larvas do parasito nas fezes (G1) e 40 de indivíduos positivos em reações imunoenzimáticas para estrongiloidíase e negativos nos exames coproparasitológicos (G2). Os soros foram titulados nas seguintes diluições - 1:80, 1:160, 1:320, 1:640, 1:1280 e 1:2560; e como agente desnaturante, foi utilizada uréia 6M. O índice avidez (IA) foi calculado e a diferença estatística avaliada pelos testes Mann Whitney e Fisher com p<0,05. O IA foi calculado de dois modos: (a) ponto de triagem 1:160 e (b) média dos IA nas diferentes diluições. Na triagem o IA variou no G1 de 47 a 93% com mediana 68% e no G2 de 47 a 175% com mediana 88%. A variação do valor médio do IA no G1 foi de 56 a 103% com mediana 72% e no G2 de 46 a 146% com mediana 94%. Para diferenciação dos grupos nos pontos de triagem e médio foi estabelecido valor de IA igual a 75% G1<75% e G2>75% (p<0,001). Concluiu-se que o ELISA-avidez é ferramenta imunodiagnóstica que permite a diferenciação entre casos suspeitos e infecção ativa por S. stercoralis.
Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG e UFU.

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