A IMPORTÂNCIA DE PROFISSIONAIS QUE TRABALHAM EM CRECHES NA EPIDEMIOLOGIA DE PARASITOSES INTESTINAIS

Levy Demétrio Gomes, Diogo Averaldo Guighet Leal, Mauricio Durigan, Sandra Yamashiro, Viviane Freitas Duarte, Larissa Fernanda Vaccari, Juliane Araujo Greinert-Goulart, Laila Silva Leonel Avila, Danilo Carlos Ribeiro, Nilson Branco, Regina Maura Bueno Franco

Resumo


As crianças (especialmente aquelas que frequentam creches) estão mais expostas e sujeitas a adquirirem infecções parasitárias intestinais. Os funcionários que trabalham nas creches podem inadvertidamente, contribuir para a disseminação de patógenos caso sejam portadores sintomáticos ou principalmente assintomáticos de parasitos intestinais. Os objetivos deste trabalho foram: avaliar a prevalência de protozooses intestinais em funcionários que trabalham em uma creche urbana de Campinas, SP, que atende à população de baixa renda e nas crianças frequentadoras da creche. Para tanto, foram analisadas três amostras fecais de 48 crianças (de zero a cinco anos), após autorização dos responsáveis e de 100% dos funcionários (n = 12), sendo: 8 monitoras, 2 funcionárias da limpeza e 2 manipuladoras de alimentos. Foram empregados os métodos de centrífugo-flutuação em solução de sulfato de zinco e centrífugo-sedimentação seguida da técnica de Ziehl-Neelsen modificada e coloração por auramina para pesquisa de oocistos de Cryptosporidium. As análises parasitológicas revelaram que 62,5% das crianças apresentavam positividade no exame fecal. Giardia duodenalis foi o protozoário mais prevalente, detectado em 54,16% das amostras (n = 26 crianças) seguido de Cryptosporidium 22,91% (n = 11 crianças). Entre os funcionários, 33,3 % apresentavam pelo menos um protozoário parasita sendo: Entamoeba coli presente em 25,0% das amostras (n = 3 funcionários), Cryptosporidium 8,33% (n = 1) e Giardia duodenalis 8,33% (n = 1- funcionária da cozinha). O encontro de protozoários causadores de gastroenterite em manipuladores de alimentos pode assumir, no caso desta creche, papel de destaque visto que os funcionários da cozinha também desempenham funções de monitoria das crianças e indica, entre outros fatores, que os mesmos podem atuar como um importante elo na cadeia de transmissão de parasitos para as crianças. A prevalência observada neste estudo evidencia fatores epidemiológicos importantes quanto à transmissibilidade e disseminação de protozoários causadores de gastroenterite em ambientes como as creches.

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