DHIPHYLLOBOTRIUM SP EM ÁGUAS RESIDUÁRIAS E PARASITOLOGIA COMO FERRAMENTA DA VIGILÂNCIA AMBIENTAL

Silvana Audra Cutolo, Aristides Almeida Rocha, Glavur Matté, Maria Helena Matté

Resumo


Difilobotriose é uma doença parasitária bem documentada entre os seres humanos, causada pela ingestão de carne de peixe cru ou mal cozido. Espécies Diphyllobothrium dendriticum e Diphyllobothrium latum são transmitidas ao homem e foram registrados pela primeira vez na América do Sul na Argentina, considerados como casos autóctones. Diphyllobothrium latum pode ser considerada um parasito emergente no Brasil com 45 casos clínicos em humanos, sendo que 2 casos foram registrados próximos à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Barueri e Carapicuíba. Por meio de pesquisa em amostras de águas residuárias na ETE da Sabesp em Barueri (SP), utilizando a técnica modificada de Bailenger com solução de sulfato de zinco (densidade 1.2) para 1 L de amostra de esgoto bruto e 10 L para esgoto tratado foram identificados ovos de helmintos com auxílio de Atlas Parasitológico. Em um total de 36 amostras, Diphyllobothrium sp foi detectado em duas amostras de esgoto bruto em períodos distintos entre 1999 e 2000, respectivamente, com 1 e 2 ovos/L, e representatividade de 16,7%. Pode-se concluir que, a presença do parasito em águas residuárias demonstra a dificuldade em estabelecer a distribuição real de infecções parasitárias e importância da parasitologia como instrumento da vigilância ambiental e na detecção de agentes emergentes e re-emergentes no Brasil. Além disso, a crescente demanda por proteínas de origem animal nos países em desenvolvimento leva à intensificação dos sistemas de produção como aqüicultura de pescados em larga escala, aumentando o risco de infecções zoonóticas e a necessidade urgente de um melhor acompanhamento e controle sanitário de parasitas de origem alimentar.

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