USO DE PROBIÓTICOS NO CONTROLE DE ANEMIA EM CÃES COM ANCILOSTOMÍASE

Resumo

Dentre os danos acarretados por espécies da família Ancylostomidae no hospedeiro canino, destaca-se a anemia, haja vista o fato de que estes parasitos são obrigatoriamente hematófagos, podendo deste modo espoliar grandes volumes de sangue e, consequentemente levar o animal a óbito. Assim sendo, no tratamento da ancilostomíase deve-se priorizar tanto a eliminação do parasito como também a restauração do quadro hematológico normal. Um dos tratamentos preconizados para cura da anemia consiste na reposição de ferro na dieta, porém novas estratégias têm sido cogitadas para este fim, dentre as quais o uso de probióticos. Os probióticos são produtos constituídos de microrganismos vivos e não patogênicos que podem promover um balanceamento favorável da microbiota intestinal, podendo também ser usados para aumentar a biodisponibilidade de minerais, inclusive o ferro. Sendo assim, no presente trabalho objetivou-se avaliar o papel de uma preparação probiótica constituída por 1x106 UFC das espécies Lactobacillus acidophilus, L. delbruekii e L. plantarum, na forma de pool para o combate da anemia causada por ancilostomídeos, em cães naturalmente infectados. Foram selecionados 20 cães abrigados no centro de controle de zoonoses de Taubaté (CCZ), com diagnóstico de ancilostomíase confirmado através de exame coproparasitológico, que foram divididos em dois grupos, à saber: 10 animais naturalmente infectados aos quais não foram administrados probióticos (grupo controle) e 10 animais naturalmente infectados aos quais foi fornecida a preparação probiótica supracitada (grupo tratado), durante 28 dias, em dias alternados. Amostras de sangue foram coletadas para realização de eritrograma e pôde-se observar que no início do tratamento (dia 0) a média dos valores de hemácias e a concentração de hemoglobina foram semelhantes entre os grupos, entretanto, após 28 dias, estes valores foram significativamente menores no grupo controle, indicando que a administração de probióticos em cães consiste em uma importante estratégia para prevenção de complicações decorrentes da anemia provocada por espécies de ancilostomídeos. Os probióticos são produtos constituídos de microrganismos vivos e não patogênicos que podem promover um balanceamento favorável do Trato Gastro Digestivo A Ancilostomíase consiste na doença parasitária que mais frequentemente acomete o cão doméstico, estando essa elevada prevalência atrelada a fatores relacionados com os hábitos deste animal. Os parasitos da família Ancylostomidae causam danos severos ao cão, podendo levar a manifestações de sintomas, dentre os quais: desconforto abdominal, irritabilidade, diarréia e anemia. Devido ao fato de que os ancilostomídeos são obrigatoriamente hematófagos, podendo ingerir até 0,2 ml de sangue por espécime, a anemia é o dano mais impactante para a saúde do animal, que comumente induz a debilidade orgânica e favorece ao aparecimento de outras enfermidades, ou, em casos mais severos, pode levar o hospedeiro à morte. Sendo assim, no presente trabalho objetivou-se analisar as alterações hematológicas conseqüentes do parasitismo por Ancylostomidae, em cães infectados e abrigados no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Taubaté SP, Brasil. Através de realização de exame coproparasitológico, utilizando o método de Ritchie modificado e o método de Willis, foram selecionados 10 animais naturalmente infectados com ancilostomídeos, para compor o grupo experimental, e 10 animais não infectados, para compor o grupo controle. Os animais selecionados foram acompanhados durante quatro semanas, no decorrer das quais foram avaliados a carga parasitária e o perfil hematológico, sendo as fezes coletadas diretamente da ampola retal para realização dos exames coproparasitológicos supracitados, e o sangue coletado das veias radial ou braquial, para realização de hemograma. Após avaliação do hemograma pôde-se observar que os animais pertencentes ao grupo experimental apresentaram em média, importantes alterações hematológicas como eritropenia, hemoglobinopenia e diminuição da contagem de hematócrito, sendo estes valores significativamente menores do que as médias observadas no grupo controle, demonstrando-se, deste modo, a gravidade da anemia que pode ser observada na ancilostomíase canina, e enfatizando-se a necessidade da adoção de medidas curativas e preventivas, que visem diminuir a incidência desta parasitose em cães.