A POSSIBILIDADE DE REINSERSÃO DO MORADOR DE RUA NO MERCADO DE TRABALHO

Autores/as

  • Carolina de Oliveira Scodeler
  • Hebe de Camargo Bernardo

Resumen

A exclusão social tem sua presença mais marcada dos tempos da escravatura para cá. Este conceito é novo e o que caracteriza um quadro de exclusão social é o impedimento que alguma pessoa sofre de participar plenamente da vida econômica, social e civil da cultura e política que a cerca ou quando o seu acesso ao rendimento e outros recursos (pessoais, familiares e culturais) não é satisfatório e lhe impedem de usufruir de um nível de vida aceitável dentro do contexto social ao qual pertence. Os fatores que podem contribuir para a expansão desse quadro são, a falta de oportunidade de trabalho, baixo padrão de educação e de qualidade de vida, falta de acesso à serviços de saúde e o preconceito racial e sexual, entre outros. A exclusão social é, portanto, um conceito que não se restringe a um único aspecto, podendo caracterizar-se por um ou mais fatores que são deficientes na vida da pessoa. E a máxima manifestação desse problema é quando o individuo chega a ser lançado numa condição de total esquecimento e incômodo perante a sociedade. Nós temos nessa configuração a população de rua, dentre eles homens e mulheres, em todas as faixas etárias. Na sociedade atual, os indivíduos buscam pertencer a determinados grupos sociais e manifestam tal pertencimento com sistemas representacionais que os identificam com similaridades nos grupos sociais, sejam estes primários ou secundários e a ruptura com estas redes de pertencimento normalmente está condicionada a situação de exclusão social. O sistema de produção capitalista moderno, por gerar desequilíbrios entre os atores envolvidos no processo de produção, tem contribuído para o aumento deste quadro, com o pretenso advento da globalização, que vai instituindo a cada dia novos espaços de conduta sem sua devida regulação, de modo a fornecer, sobretudo para as camadas mais pobres da sociedade, um aparato de benefícios sociais que viabilizem a adequação deste às mudanças trazidas rapidamente para o cenário trabalhista e social. Tal desequilíbrio é gerado a partir da produção capitalista, posto que esta orienta e estratifica a propriedade dos meios de produção e a divisão social do trabalho, instituindo um sistema de classes, que é valorizada de acordo com o seu poder de consumo e capacidade de produção, deixando os que não estão aptos a se ajustarem aos seus moldes perversos às margens do sistema, dos benefícios do desenvolvimento e da participação social, gerando desemprego e provocando rupturas na coesão social. Este é, portanto, um problema que precisa da participação da sociedade e, sobretudo, do Governo, que deve responsabilizar-se pela reformulação das prioridades de gestão, a fim de que esta parcela da população não seja mais lançada ao descaso e seja possível sua reinserção na sociedade e no mercado de trabalho.

Publicado

2017-07-12

Número

Sección

Ciências Humanas e Sociais