LEVANTAMENTO DE PARÂMETROS FLUVIOMORFOMÉTRICOS DA REGIÃO DO COMPLEXO HIDRELÉTRICO CANOAS, RIO PARANAPANEMA (SP-PR) PARA ANÁLISE DE DEFORMAÇÕES NEOTECTÔNICAS

Abstract

Valendo-se da aplicação de técnicas de análise fluviomorfométrica disponíveis na literatura especializada, tais como estudos dos perfis longitudinais dos cursos d’água e os índices RDE (Relação Declividade vs. Extensão), busca-se, neste projeto, executar levantamento de parâmetros que possam auxiliar na análise de possíveis deformações neotectônicas na região do Complexo Hidrelétrico Canoas, no médio vale do rio Paranapanema, divisa de estados entre São Paulo e Paraná. O substrato geológico da área é composto por basaltos da Formação Serra Geral (132 Ma), recobertos por sedimentos cretáceos do Grupo Bauru e esporádicos depósitos aluvionares e coberturas regolíticas espessas. A área que está sendo analisada corresponde à margem direita de uma extensão do vale da ordem de 150 km, com largura média de 50 km, perfazendo cerca de 7.500 km². Tal estudo, além de contribuir para a análise neotectônica regional da área do Complexo Hidrelétrico Canoas, poderá se somar a projetos do mesmo gênero já empreendido nas bacias dos rios Santo Anastácio, do Peixe, Turvo e do baixo Paranapanema. As medidas foram efetuadas, inicialmente, nas drenagens com extensão superior a 10 km, tendo como base topográfica as folhas planialtimétricas em escala 1:50.000, com equidistância de 20 m, editadas pelo IBGE. Após o estabelecimento das características fluviomorfométricas e o delineamento das eventuais anomalias, buscar-se-á um cotejamento com informações geológicas, sismológicas e geomorfológicas compiladas da literatura para que possam ser interpretados os prováveis significados tectônicos dessas anomalias. Foram efetuadas medidas em 58 cursos d’água com informações lançadas em planilhas Excel para a elaboração de gráficos RDEs/RDEt vs extensão e perfil longitudinal, incluindo curvas de melhor ajuste. Com os dados obtidos foi possível observar que dos 58 cursos d’água medidos, 36 apresentam uma ou mais anomalias de 2º ordem em termos de índice RDE. O estudo dos perfis longitudinais encontra-se em execução, mas já é possível constatar perfis de conformação anômala (retilíneos), com trechos subsidentes (anomalias negativas) e trechos em ascensão (anomalias positivas), definidos por afastamentos significativos em relação às curvas de melhor ajuste, que representariam, em tese, a conformação ideal de um curso d’água equilibrado.