PREDIÇÃO DE SOLOS MOLES NO BRASIL: ELABORAÇÃO DE UMA CHAVE DE CLASSIFICAÇÃO

Autores/as

  • Leilson Alves dos Santos Universidade Federal de Minas Gerais
  • Rodrigo Affonso Albuquerque Nóbrega Universidade Federal de Minas Gerais
  • Adriana Monteiro Costa Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.33947/1981-741X-v21n2-5015

Resumen

O conhecimento das características do solo é imprescindível para o planejamento territorial. Embora os solos possuam diversas propriedades que possam levar à sua classificação como solos moles, na prática estes são conhecimentos técnicos, até o momento, tratado restritamente no campo da Geotecnia. Assim, os projetos de infraestrutura, em especial de transporte, com rodovias e ferrovias, tradicionalmente são os grandes demandadores de informações sobre a ocorrência de solos moles, seja pela abrangência geográfica das vias ou pela necessidade de identificação de locais com solos apropriados para receber a infraestrutura viária e o material rodante. Neste trabalho, objetivou-se a elaboração de um mapa preditivo do potencial de ocorrência de solos moles para o Brasil. Para tal realizou-se inicialmente uma revisão bibliográfica a fim de identificar as principais características descritas como de solos moles; seguida da correlação destas com as características físicas, químicas e mineralógicas das classes de solos do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS). Elaborou-se então uma chave classificatória para tradução do potencial preditivo de ocorrência de solos moles a partir de dados pedológicos. Para tanto, utilizou-se os mapas de solos do Brasil e do Estado de Goiás, em escalas de 1:5.000.000 e 1:250.000, respectivamente, assim especializou-se o potencial de ocorrência de solos moles para as áreas. A validação dos dados contou com 1.470 pontos amostrais de campo no trecho da ferrovia Norte-Sul no Estado de Goiás entre os municípios de São Simão e Quirinópolis. Como resultados obteve-se duas classes de Potencial de Ocorrência de Solos Moles no território brasileiro: Baixo e Alto Potencial de ocorrência, sendo que a primeira classe engloba os solos com maior estabilidade física, bem drenados, bem desenvolvidos e com baixo teor de minerais primários e ausência de minerais expansivos representados pelos Latossolos, Argissolos, Nitossolos, Planossolos e Plintossolos. Já a segunda classe de Alto Potencial compreende os solos hidromórficos, com alto teor de matéria orgânica, presença de minerais primários do tipo 2:1 e expansivos e os solos arenosos, esta classe agrupa-se os Cambissolos, Chernossolos, Espodossolo, Gleissolos, Luvissolos, Neossolo, Organossolos, Vertissolos. Os resultados demonstram, ainda, que a ponte de conhecimentos entre a Pedologia e a Geotecnia permitiu construir um modelo capaz de prover uma informação preditiva sobre solos moles, que embora limitado à escala do dado, cobre uma importante lacuna até então existente no planejamento de transportes.

Publicado

2023-09-04

Cómo citar

Santos, L. A. dos, Nóbrega, R. A. A., & Costa, A. M. (2023). PREDIÇÃO DE SOLOS MOLES NO BRASIL: ELABORAÇÃO DE UMA CHAVE DE CLASSIFICAÇÃO. Revista Geociências - UNG-Ser - ISSN 1981-741X (1981-7428), 21(2), 37–53. https://doi.org/10.33947/1981-741X-v21n2-5015

Número

Sección

Artigos