OBSTÁCULOS ENFRENTADOS POR ENFERMEIROS NA PRESTAÇÃO DE CUIDADOS PALIATIVOS

Resumo

Introdução: Os cuidados paliativos (CP) surgiram como uma modalidade terapêutica que visa a qualidade de vida dos pacientes em curso natural da doença terminal e de seus familiares. Controle do sofrimento físico, emocional, espiritual e social são aspectos essenciais e orientadores deste cuidado. Por envolver todos estes aspectos, os CP exigem a atuação de uma equipe multiprofissional, atuando de forma interdisciplinar. Entretanto, a enfermagem, por ter seu caráter assistencialista e ser a profissão com maior tempo de contato direto com o binômio paciente/familiar, acaba por ser a maior responsável pela prestação destes cuidados. A literatura estabelece as diferentes concepções de uma morte com menor sofrimento ao longo da história, no entanto, poucos são os estudos acerca das dificuldades enfrentadas pelos profissionais na prestação dos cuidados paliativos. Objetivo: Analisar a produção científica acerca dos principais obstáculos enfrentados por enfermeiros na prestação dos cuidados paliativos. Método: Revisão integrativa da literatura nas bases de dados LILACS e BDENF, utilizando os descritores “Cuidados Paliativos”, “Dificultantes” e “Enfermagem”. Os critérios de inclusão foram: artigos completos, publicados nos últimos dez anos, nos idiomas inglês, português e espanhol, e que adequassem ao tema. Foram identificados 24 artigos, sendo selecionados sete publicações para compor a amostra após a leitura e adoção dos critérios de inclusão. Resultados: Evidenciou-se que um dos grandes desafios da Enfermagem é prestar o cuidado fundamentado no princípio da humanização, a fim de criar um vínculo entre o profissional e o paciente e estabelecer uma relação de acolhimento e confiança. Além disso, a falta de tempo surge como outro impedimento na prestação destes cuidados de forma holística, no apoio biopsicossocial. Outro problema apontado é o espaço físico, em que na maioria das vezes observa-se ambiente físico pouco acolhedor, ao excesso de luz e ruído, utilização de macas velhas e deterioradas, e separação dos leitos por cortinas, que não privilegia a privacidade necessária. O confronto com a morte também constitui outra barreira, em que o profissional tenta evitar e proteger-se da perda. Por fim, os problemas de comunicação também foram evidenciados, em que se observa a falta de humanização na comunicação de más notícias aos pacientes/familiares, e falta de articulação entre os próprios profissionais. Conclusão: É indispensável o profissional de Enfermagem compreenda os múltiplos problemas na prestação do cuidado paliativo, e tente minimizá-los ao máximo, a fim de qualificar a assistência e o alívio do sofrimento em todas as dimensões, valorizando assim, a integralidade humana.