DOR CRÔNICA EM GRADUANDOS DA ÁREA DA SAÚDE E SUA INFLUÊNCIA NAS ATIVIDADES ACADÊMICAS

Resumo

Introdução: dor é uma experiência individual, sensorial e emocional desagradável, associada com dano real ou potencial. É considerada crônica quando ocorre por mais de três meses e torna-se motivo de incapacidade física e sofrimento. Pode perturbar os padrões de sono, apetite, libido, causa irritabilidade, alteração de energia e disponibilidade, diminuição na capacidade de concentração e consequente prejuízo nas atividades sociais e profissionais. Objetivo: verificar a influência da dor crônica nas atividades acadêmicas de graduandos de cursos da área da saúde. Método: estudo exploratório, transversal e de campo, com abordagem qualitativa e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição. Participaram da pesquisa 32 estudantes do último semestre dos cursos de enfermagem, odontologia, fisioterapia, nutrição, psicologia, farmácia, biomedicina e educação física de uma universidade privada da região metropolitana de São Paulo. Os participantes foram selecionados de modo não aleatório e por conveniência. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada, gravadas em áudio digital e transcritas na íntegra. As entrevistas foram analisadas de acordo com a metodologia de análise de conteúdo, emergindo seis categorias e quatro subcategorias. Resultados: Resultados: Na categoria “Significado da dor” os participantes destacaram as dificuldades frequentes em lidar com a dor, representando-as com os termos limite e incomodo. Como “Consequências da dor na graduação, na vida e no futuro profissional” foi evidenciado significativo prejuízo no processo de aprendizado, além da desmotivação e estresse, representado pelos relatos de interrupções na formação e inúmeras ausências. A “Compreensão da dor do outro” foi descrita como habilidade adquirida ou desenvolvida, além de relevante interesse em obter maior qualificação profissional sobre a temática. Na categoria “Características da dor” foram citados alguns adjetivos como dores forte, intensas e enraizadas, além de implicações secundárias como fotofobia, náuseas e cefaleia. Na “Relação com o momento da vida” os entrevistados ressaltam as avaliações acadêmicas e a ansiedade gerada pela chegada da formatura como fator estressante ou causador da algia. Como “Superação da dor”, destacam-se a capacidade de resiliência e a procura pela qualidade de vida como mudança de hábitos, atividades físicas e alimentação equilibrada. Já na categoria “Percepção do outro sobre a minha dor”, foram citadas situações de sofrimento, como a falta ou má compressão do outro frente as suas recorrentes crises álgicas, enfatizando também a falta de consideração com seus sentimentos, limitações e fraquezas. Conclusão: Frente aos resultados desse estudo, conclui-se a necessidade de aprimorar o olhar diferenciado, empático e holístico para os estudantes com dor crônica, visando reconhecer e valorizar todos os aspectos subjetivos que envolvem a experiência acadêmica e construir estratégias de superação das dificuldades.