ESTUDO BIOLÓGICO DE HIBRIDOS DO CRUZAMENTO EXPERIMENTAL ENTRE TRIATOMA sherlocki e T. lenti

Resumo

“Triatomíneos silvestres” foram coletados em 1975 na região de Macaúbas, BA, por Ruy Cerqueira. Estudos de cruzamentos experimentais desses com Triatoma brasiliensis e T. lenti foram realizados. Admitiu-se tratar de uma subespécie de T. brasiliensis, devido à observação de descendentes híbridos férteis como resultado. 27 anos após os primeiros estudos desse triatomíneo silvestre, uma reclassificação foi feita baseada em características morfológicas, denominando-a T. sherlocki. O objetivo do trabalho é realizar um estudo biológico dos híbridos formados a partir do cruzamento experimental de T. sherlocki e T. lenti, analisando dados como a oviposição, fertilidade dos ovos, mortalidade e morfologia por microscopia eletrônica de varredura do exocório das cascas de ovos. Para isso, seis casais individualizados foram separados, três correspondendo à fêmeas de T. sherlocki e machos de T. lenti e três à machos de T. sherlocki e fêmeas de T. lenti. Os casais formados por fêmea de T. sherlocki e macho de T. lenti oviposeram, cada casal, aproximadamente 150 ovos, até o momento, sendo 20% de infertilidade. Os casais formados por macho de T. sherlocki e fêmea de T. lenti oviposeram, aproximadamente, 50 ovos, até o momento, sendo 40% de infertilidade. A taxa de mortalidade dos casais formados por fêmea de T. sherlocki e macho de T. lenti variou de, aproximadamente, 4 a 28%, enquanto que não se observou mortalidade nos casais formados por macho de T. sherlocki e fêmea de T. lenti. A microscopia das cascas de ovos revelou diferenças estruturais entre os dois tipos de casais estudados, não apresentando um padrão único para a forma híbrida. Os ovos híbridos apresentaram características semelhantes às maternas, independente da espécie. A fertilidade dos indivíduos híbridos será verificada quando os espécimes atingirem a forma adulta. Formas híbridas podem ocorrer naturalmente quando espécies ocupam o mesmo nicho ecológico