EXAME PARASITOLÓGICO DIRETO NO DIAGNÓSTICO DA LEISHMANIOSE CANINA

Resumo

O agente etiológico da Leishmaniose Visceral é um protozoário da família Trypanosomatidae, gênero Leishmania, encontrado na forma amastigota nas células do hospedeiro vertebrado. O diagnóstico de escolha da leishmaniose canina é a demonstração do parasito pelo exame direto de amostras de linfonodo, medula óssea e vísceras. O Centro de Laboratório Regional de São José do Rio Preto do Instituto Adolfo Lutz é referência regional para diagnóstico laboratorial da leishmaniose no Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral Americana do Estado de São Paulo, atendendo a demanda das regiões dos Grupos de Vigilância Epidemiológica (GVE) XXIX e XXX. O objetivo deste estudo foi analisar a positividade do exame parasitológico direto em cães suspeitos de leishmaniose visceral na região. No período de maio de 2004 a abril de 2010 foram coletadas amostras de 53 municípios, dos quais 25 pertencem ao GVE XXIX e 28 ao GVE XXX. Foram analisadas 730 amostras de cães suspeitos e de oriundos de investigação focal, sendo 715 de aspirados de linfonodos e 15 de “imprint” de vísceras em lâminas, coletadas por médicos veterinários. Após fixação da lâmina com metanol foi empregada a técnica de coloração de Giemsa para visualização, em microscopia por imersão, da forma amastigota do parasita. Do total de amostras analisadas 186 (25,5%) foram positivas para Leishmania spp. Os municípios que apresentaram maior número de casos positivos foram Jales com 85 (45,7%); Urânia, 27 (14,5%); Fernandópolis, 16 (8,6%) e Santa Fé do Sul, 11 (5,9%). Os maiores índices de positividade ocorreram em 2009 com 105 (56,5%) casos e 2008 com 61 (32,8%). Os resultados positivos dos exames parasitológicos diretos foram decisivos para as ações de vigilância epidemiológica, como o inquérito amostral e o censitário, nos municípios com casos autóctones. As conclusões dos inquéritos classificaram como municípios de transmissão, Jales, Urânia, Palmeira D’Oeste e Santa Fé do Sul.