OCORRÊNCIA DE ANCILOSTOMÍASE EM CÃES DOMICILIADOS EM TRÊS ABRIGOS DE CIDADES DO VALE DO PARAÍBA

Resumo

Apesar dos benefícios que o convívio com o cão doméstico (Canis familiaris) propicia para o homem, esta espécie pode representar perigo à saúde pública, pois estes animais são hospedeiros para diversos organismos patogênicos relacionados com zoonoses. Este risco tem por base diversos fatores, dentre os quais o livre acesso de cães a locais públicos, e a falta de tratamento antiparasitário, potencializando o risco para que estas doenças sejam transmitidas para o homem. Assim, com o objetivo de avaliar a ocorrência de enteroparasitoses em cães, no presente trabalho, que se encontra aprovado no comitê de ética em pesquisa com animais da FAPI (protocolo no 004/2009) foram analisadas 75 amostras fecais de animais residentes em 3 abrigos das cidades de Taubaté (Abrigos A e B) e Guaratinguetá (Abrigo C); as amostras foram coletadas diretamente da ampola retal dos animais e foram levadas para o laboratório de Parasitologia da FAPI, onde foram processadas pelo método de Willis. Após análise das amostras, observou-se que 22,6% destas apresentaram alguma estrutura parasitária, obtendo-se a seguinte distribuição por abrigo: Abrigo A – 14,28%, Abrigo B - 66,66% e Abrigo C - 8% de cães parasitados, sendo que o parasito mais freqüente foi Ancylostomidae (19% dos cães estavam parasitados com este helminto). As condições sanitárias foram fundamentais para que houvesse uma maior ocorrência de enteroparasitos no abrigo B, haja vista o fato de que neste abrigo não havia pavimentação do solo, o que é um fator de risco para disseminação de enteroparasitos, particularmente de ancilostomídeos. Levando-se em consideração que estes cães são capturados na rua e levados para abrigo, faz-se necessário uma maior mobilização por parte das autoridades sanitárias, para que assim se minimize os riscos de transmissão de zoonoses cujo hospedeiro natural é o cão, otimizando deste modo os benefícios que estes podem trazer para a sociedade.