AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ESQUISTOSSOMICIDA DA AMIDA PIPLARTINA

Autores

  • Josué de Moraes
  • Carlos Nascimento
  • Priscilla O.M.V. Lopes
  • Eliana Nakano
  • Lydia F. Yamaguchi
  • Massuo J. Kato
  • Toshie Kawano

Resumo

A esquistossomose é uma doença parasitária negligenciada e continua sendo um dos principais problemas mundiais de saúde pública. Estima-se a existência, em todo mundo, de cerca de 200 milhões de indivíduos infectados e 600 milhões estão expostos ao risco de contrair infecção. No Brasil, onde o Schistosoma mansoni é prevalente, acredita- se haver entre 6 e 8 milhões de indivíduos infectados e 26 milhões correm o risco de infecção. Considerando-se a carência de fármacos esquistossomicidas realmente eficazes é premente a necessidade de novas alternativas terapêuticas. Plantas da família Piperaceae são conhecidas por conterem em sua composição, substâncias com propriedades biocidas. Neste estudo verificou-se o efeito da piplartina, uma amida isolada Piper tuberculatum (Piperaceae), em Schistosoma mansoni. A piplartina foi purificada por cromatografia e caracterizada por Espectrometria de Ressonância Magnética Nuclear. A susceptibilidade de vermes adultos (machos e fêmeas) de S. mansoni mantidos in vitro foi avaliada durante os ensaios realizados em microplacas de 24 poços com um casal do parasita por poço, onde as concentrações da amida variaram de 1 a 200 μg/ml. A ação da substância foi monitorada por Microscopia Confocal. A piplartina (5 μg/ml) reduziu a motilidade e causou morte em todos os helmintos após 24 horas. Nas concentrações que não foram letais (inferiores a 2 μg/ml) observou-se redução de até 75% na oviposição das fêmeas de S. mansoni. A análise por Microscopia Confocal mostrou alterações no tegumento e ventosas (ventral e oral) dos parasitas de maneira dose-dependente; colapso dos tubérculos e descamações constituíram as alterações mais frequentemente observadas nos helmintos tratados. O presente trabalho mostrou que a amida obtida de P. tuberculatum reduz a oviposição dos parasitas e apresenta efeito esquistossomicida em baixa concentração, o que destaca o potencial da piplartina na atividade antiparasitária. Apoio Financeiro: FAPESP.

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Como Citar

Moraes, J. de, Nascimento, C., Lopes, P. O., Nakano, E., Yamaguchi, L. F., Kato, M. J., & Kawano, T. (2010). AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ESQUISTOSSOMICIDA DA AMIDA PIPLARTINA. Revista Saúde - UNG-Ser - ISSN 1982-3282, 4(1 Esp), 112. Recuperado de https://revistas.ung.br/index.php/saude/article/view/689

Edição

Seção

Orphaned