AÇÃO DA FRAÇÃO ETANÓLICA DE Cordia verbenacea NA SOBREVIDA DE Schistosoma mansoni

Resumo

Com o surgimento de tolerância e resistência do Schistosoma mansoni ao praziquantel (PZQ) e oxamniquina, são necessárias novas alternativas de tratamento, como a criação de medicamentos a partir de plantas medicinais. Neste trabalho, a fração etanólica de C. verbenacea (FE) foi testada para verificar seu potencial esquistossomicida em testes in vitro e in vivo. Para os testes in vitro, foram utilizados vermes acasalados de S. mansoni, mantidos em placas de cultura contendo RPMI+Penicilina/Estreptomicina 0,01%, em ambiente controlado. Foram testadas quatro doses de FE e de PZQ em cinco réplicas 0,4 (D1); 0,2 (D2); 0,1 (D3); 0,05 mg/mL (D4). O grupo controle foi mantido nessas mesmas condições. A sobrevida dos vermes foi analisada a cada 24 horas até 72 horas. Para o teste in vivo foram infectados camundongos Balb-c. Após 45 dias, um grupo de camundongos recebeu via gavagem uma dose de FE e outros 10 a mesma dose de PZQ. O grupo controle recebeu solução tampão. Foram testadas as doses 40, 100 e 200 mg/kg. Após quinze dias, os vermes foram recuperados pela perfusão do sistema porta-hepático. O teste in vitro com FE demonstrou mortalidade de 100% dos vermes em 72 horas, com D1 e D2; 90% e 60% com D3 e D4. Em 72 horas, com PZQ, houve 100% de mortes para D1 e 80% para as demais. O grupo controle permaneceu vivo. O teste in vivo indicou menor recuperação dos vermes para o grupo tratado com FE, demonstrando maior mortalidade de vermes. Com a dose de 40 mg/kg foram recuperados em média 13,7 vermes/camundongo para o grupo tratado com PZQ e 12,3 para FE; com 100 mg/kg, 16,6 vermes para PZQ e 11,9 para FE; com 200 mg/kg, 13,2 vermes para PZQ e 9,7 para FE. No grupo controle, 18,5 vermes, Esses resultados demonstraram o potencial esquistossomicida da FE.