ANÁLISE FLUVIOMORFOMÉTRICA DO RIO CORUMBATAÍ (SP) – IMPLICAÇÕES MORFOTECTÔNICAS VINCULADAS À MIGRAÇÃO DE NICKPOINT

Autores

  • Mario Lincoln De Carlos Etchebehere Universidade Guarulhos - UnG
  • Fabio Costa Casado Universidade Guarulhos - UnG
  • Norberto Morales Universidade Estadual Paulista – UNESP

Resumo

Os rios, além de importantes agentes no afeiçoamento do relevo, podem ser considerados elementos fundamentais para a detecção e caracterização de movimentos crustais neotectônicos. Dentre as técnicas de morfometria fluvial, destaca-se o estudo dos perfis longitudinais dos cursos d’água e dos índices RDE (Relação Declividade vs. Extensão). Quando em equilíbrio, os perfis longitudinais exibem, no caso de rios exorréicos de regiões tropicais – subtropicais, conformações logarítmicas. Outras conformações (e.g., perfis retilíneos) e quebras (nickpoints) no perfil podem indicar desequilíbrios de natureza neotectônica. No presente artigo, busca-se apresentar uma contribuição à melhoria da efetividade da análise fluviomorfométrica com base no exemplo do perfil longitudinal do rio Corumbataí. De maneira geral, este perfil apresenta três partes bem características: (1) as cabeceiras mostram uma conformação convexa e podem representar setores onde o stream power desempenha um papel subordinado a outros fenômenos em termos de conformação do vale (e.g., coluvionamento, soil creep, oscilações do lençol freático); (2) após um ponto de inflexão (de convexo para côncavo), o perfil mostra um gradiente topográfico elevado, mas, dada a proximidade das cabeceiras, o canal fluvial apresenta um volume pequeno; e (3) de modo gradual, o perfil diminui o gradiente topográfico e, com o aporte dos tributários, aumenta o caudal. Regra geral, o limite entre os setores 2 e 3 pode ser colocado no ponto onde o rio passa a ter talvegue aluvial, i.e., passa a ter planície de inundação, com formação de depósitos sedimentares e predomínio de processos autocíclicos. Quebras nesse perfil (nickpoints) alteram os processos predominantes, geram soleiras temporárias e passam a apresentar incisões (com geração de terraços aluviais) e talvegues rochosos. Na busca da retomada do equilíbrio original, o entalhe prossegue, com migração para montante, e rebaixamento gradual, do nickpoint. No caso do rio Corumbataí, esse processo encontra-se muito bem ilustrado pela disposição de um nick point nas proximidades do paralelo 2230’S, próximo ao limite nordeste da estrutura de Pitanga, com dissecação da Formação Rio Claro, cujos remanescentes predominam em interflúvios planos adjacentes, representando resquícios de uma antiga superfície pedimentar.

Biografia do Autor

Mario Lincoln De Carlos Etchebehere, Universidade Guarulhos - UnG

Centro de Pós-graduação e Pesquisa – CEPPE; Universidade Guarulhos – UnG; Programa de Mestrado em Análise Geoambiental - MAG; pós-doutorando junto ao Instituto de Geociências e Ciências Exatas – IGCE da Universidade Estadual Paulista – UNESP; bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq

Fabio Costa Casado, Universidade Guarulhos - UnG

Laboratório de Geociências – LabGeo

Norberto Morales, Universidade Estadual Paulista – UNESP

Instituto de Geociëncias e Ciências Exatas – IGCE; Departamento de Petrologia e Metalogenia – DPM; bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq;

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Publicado

2012-05-26

Como Citar

Etchebehere, M. L. D. C., Casado, F. C., & Morales, N. (2012). ANÁLISE FLUVIOMORFOMÉTRICA DO RIO CORUMBATAÍ (SP) – IMPLICAÇÕES MORFOTECTÔNICAS VINCULADAS À MIGRAÇÃO DE NICKPOINT. Revista Geociências - UNG-Ser, 10(1), 74–94. Recuperado de https://revistas.ung.br/index.php/geociencias/article/view/956

Edição

Seção

Artigos