ANOMALIAS CONGÊNITAS NO BRASIL (2010–2023): PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E FATORES ASSOCIADOS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33947/saude.v19i2.5355

Palavras-chave:

AAnormalidades Congênitas, Epidemiologia Descritiva, Nascidos Vivos, Sistemas de Informação em Saúde, Fatores de Risco

Resumo

Introdução: As anomalias congênitas representam um importante desafio de saúde pública e estão associadas à morbimortalidade infantil. Apesar da disponibilidade de dados nacionais, poucos estudos sistematizam a evolução temporal e o perfil dessas condições no Brasil. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico, a tendência temporal e os fatores associados às anomalias congênitas em nascidos vivos no Brasil entre 2010 e 2023. Método: Estudo epidemiológico descritivo e retrospectivo, baseado em dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). Foram calculadas prevalências por 10.000 nascidos vivos, com estratificação por sistema corporal (CID-10) e variáveis maternas, gestacionais e neonatais. Resultados: A prevalência média foi de 84,5 casos por 10.000 nascidos vivos, com tendência crescente ao longo do período. As anomalias osteomusculares foram as mais frequentes, seguidas das do sistema nervoso. A maior ocorrência foi observada em meninos e em mães de 20 a 29 anos, com 8 a 11 anos de estudo e gestações únicas. Conclusão: Houve tendência crescente na prevalência de anomalias congênitas no Brasil, sugerindo aprimoramento da vigilância e da notificação. O perfil identificado destaca a importância de políticas públicas voltadas à prevenção e ao acompanhamento clínico dessas condições.

Biografia do Autor

Camile Machado Quinta

Acadêmica do curso de Biomedicina da Universidade UNIVERITAS (UNG), Guarulhos, São Paulo.  

Priscila Luiza Mello

Bióloga. Professora Doutora do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Enfermagem da Universidade UNIVERITAS (UNG), Guarulhos, São Paulo.

Referências

Reis LLAS, Ferrari R. Malformações congênitas: perfil sociodemográfico das mães e condições de gestação. Rev Enferm UFPE Online. 2014;8(1):98–106. doi: 10.5205/reuol.4843-39594-1-SM.0801201414.

World Health Organization (WHO). Birth defects surveillance: a manual for programme managers. Geneva: WHO; 2020.

Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2025 [citado 2025 out 2]. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sinasc/cnv/nvuf.def

Christianson A, Howson CP, Modell B. March of Dimes global report on birth defects: the hidden toll of dying and disabled children. New York: March of Dimes Birth Defects Foundation; 2006.

Calzolari E, Barisic I, Loane M, Morris JK, Wellesley D, Dolk H, et al. Epidemiology of multiple congenital anomalies in Europe: a EUROCAT population-based registry study. Birth Defects Res A Clin Mol Teratol. 2014;100(4):270–6. doi: 10.1002/bdra.23240.

Padmanabhan R. Etiology, pathogenesis and prevention of neural tube defects. Congenit Anom (Kyoto). 2006;46(2):55–67. doi: 10.1111/j.1741-4520.2006.00107.x.

Quirino ICP, Fonseca MRCC. Tendência e perfil epidemiológico das anomalias congênitas em recém-nascidos em São Paulo (2000–2019). Res Soc Dev. 2022;11(6):e12211629045. doi: 10.33448/rsd-v11i6.29045.

Fernandes QHRF, Nogueira FS, Oliveira SL, Costa GM, Lima RFP. Tendência temporal da prevalência e mortalidade infantil das anomalias congênitas no Brasil, de 2001 a 2018. Cienc Saude Colet. 2023;28(4):969–79. doi: 10.1590/1413-81232023284.13912022.

Centers for Disease Control and Prevention (CDC); National Birth Defects Prevention Network (NBDPN). Guidelines for conducting birth defects surveillance [Internet]. Atlanta: NBDPN; 2021 [cited 2025 Oct 5]. Available from: https://nbdpn.org/birth-defects-surveillance-guidelines/

Rasmussen SA, Jamieson DJ, Honein MA, Petersen LR. Zika virus and birth defects: reviewing the evidence for causality. N Engl J Med. 2016;374(20):1981–7. doi: 10.1056/NEJMsr1604338.

World Health Organization (WHO). Coronavirus disease (COVID-19): impact on maternal and perinatal outcomes. Geneva: WHO; 2022.

Brasil. Brasil. Ministério da Saúde. Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC [Internet]. 2025. Available from: https://datasus.saude.gov.br/

World Health Organization.International Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems. 10th revision – ICD-10 [Internet]. 2020. Available from: https://icd.who.int/browse10

von Elm E, Altman DG, Egger M, Pocock SJ, Gøtzsche PC, Vandenbroucke JP.

The Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE) statement: guidelines for reporting observational studies [Internet]. PLoS Med. 2007;4(10):1623–7.

Available from: https://www.strobe-statement.org/

Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 510, de 07 de abril de 2016. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 maio 2016. Seção 1, p. 44-6.

Brasil. Ministério da Saúde. Infecção pelo vírus Zika e manifestações congênitas no Brasil: boletim epidemiológico 2019. Brasília: Ministério da Saúde; 2019.

Dolk H, Loane M, Garne E. The prevalence of congenital anomalies in Europe. Adv Exp Med Biol. 2010;686:349–64. doi: 10.1007/978-90-481-9485-8_20.

Alberto MVL, Galdos ACR, Miglino MA, Santos JM. Anencefalia: causas de uma malformação congênita. Rev Neurocienc. 2010;18(4):321–8. doi: 10.34024/rnc.2010.v18.8487.

Ferreira ICdS, Borges GH, Ferreira-Nunes R. Levantamento epidemiológico das anomalias congênitas em Minas Gerais entre 2014 e 2018. Recis Rev Cient Saude Soc. 2021;2(2):e155. doi: 10.51909/recis.v2i2.155.

Freitas LCS, Melo CM, Lima TL, Ferreira GB, Araújo RS. Associação de anomalias congênitas em nascidos vivos com seus perfis obstétrico-neonatal e sociodemográfico. Texto Contexto Enferm. 2021;30:e20200256. doi: 10.1590/1980-265X-TCE-2020-0256.

Victora CG, Barros FC, Santos IS, Domingues MR, Barros AJD. Patterns of deliveries in a Brazilian birth cohort: almost universal cesarean sections for the better-off. Rev Saude Publica. 2011;45(4):635–43. doi: 10.1590/S0034-89102011005000039.

Khoshnood B, Loane M, de Walle H, Arriola L, Addor MC, Barisic I, et al. Long term trends in prevalence of neural tube defects in Europe: population based study. BMJ. 2015;351:h5949. doi: 10.1136/bmj.h5949.

Ornoy A, Weinstein-Fudim L, Ergaz Z. Prenatal factors associated with autism spectrum disorder (ASD). Reprod Toxicol. 2015;56:155–69. doi: 10.1016/j.reprotox.2015.05.007.

Downloads

Publicado

2025-12-18

Como Citar

Machado Quinta, C., & Mello, P. L. (2025). ANOMALIAS CONGÊNITAS NO BRASIL (2010–2023): PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E FATORES ASSOCIADOS. Revista Saúde - UNG-Ser - ISSN 1982-3282, 19(2), e1925355. https://doi.org/10.33947/saude.v19i2.5355

Edição

Seção

ARTIGO ORIGINAL