VARIAÇÕES DAS TÉCNICAS RESTAURADORAS UTILIZADAS PARA RESINAS BULK-FILL

Abstract

Objetivo: o objetivo deste trabalho foi descrever as técnicas para realização de restaurações com resina Bulk-Fill, ressaltando as diferenças em relação a técnica utilizada para as resinas compostas convencionais, bem como as diferenças entre as formulações de resinas compostas Bulk-Fill disponíveis no mercado Odontológico Brasileiro. Material e Método: a Odontologia contemporânea tem evoluído em função da aplicação de tecnologia moderna no desenvolvimento de materiais odontológicos. Observa-se a simplificação nas técnicas com o desenvolvimento dos sistemas adesivos autocondicionantes e universais, reduzindo-se os passos assim como nas resinas compostas. Recentemente, para reduzir o tempo gasto na confecção de restaurações extensas de resinas compostas em dentes posteriores foram desenvolvidas as resinas do tipo Bulk-Fill. Estas foram idealizadas para permitir que o cirurgião dentista insira uma maior quantidade de material (aproximadamente 4mm, em cavidades classe I e II de Black, reduzindo o tempo operatório. Por meio de revisão de literatura, descreveu-se as diferentes técnicas disponíveis para realização de restaurações com resina Bulk-Fill. Resultados: as resinas compostas Bulk-Fill podem ser classificadas, em função da viscosidade, sendo alta (regular) e baixa (flow). A maioria das resinas Bulk-Fill pode ser inserida em incrementos de até 4mm e são ativadas por diferentes tempos de exposição a luz. Os procedimentos restauradores devem ser iniciados após adequada inserção de matriz e cunha, se necessários, e hibridização da dentina/esmalte com um sistema adesivo. Na técnica restauradora com resina composta bulk-fill fluida recomenda-se que o cirurgião dentista mensure a profundidade do preparo com uma sonda milimetrada, em seguida, delimite a altura do preenchimento de acordo com a indicação do fabricante. A ponta da seringa deve ser posicionada na parte mais profunda da cavidade, ou nas caixas proximais no caso de preparos classe II de Black, e a resina composta Bulk-Fill fluida deve ser inserida. Após atingir a altura descrita pelo fabricante deve-se realizar a fotoativação, caso necessário, uma nova camada de resina composta Bulk-Fill fluida pode ser aplicada ou insere-se a resina regular composta regular de cobertura. Uma variação da técnica restauradora com resina composta fluida em preparos classe II de Black consiste em confeccionar as paredes proximais de resina composta regular. Em seguida, a resina composta Bulk-Fill fluida é aplicada seguida da resina composta regular para cobertura. A técnica restauradora com resina composta Bulk-Fill regular é mais simples. A resina é inserida no preparo de forma única e, em seguida, realiza-se a fotoativação. Caso seja necessário, uma ou mais camadas devem ser aplicadas e fotoativadas. Pode-se ainda utilizar a técnica restauradora com resina composta Bulk-Fill associada a técnica do carimbo. Um estudo clínico de acompanhamento de 3 anos demonstrou que a técnica de incremento único de 4 mm, utilizando a resina composta de baixa viscosidade Surefil SDR, apresentou eficácia clínica semelhante à técnica incremental de 2 mm de resina composta convencional com 0% para as restaurações com Surefil SDR e de 1,3% para o grupo com a resina composta convencional. Contudo como as resinas compostas Bulk-Fill fluidas apresentam propriedades físicas e mecânicas inferiores as resinas compostas de consistência regular são mandatórias a utilização de uma resina composta regular para confecção da superfície oclusal da restauração. Além disso, um importante ponto é determinard a profundidade da cavidade e respeitar o limite de altura indicado pelo fabricante. Afirma-se que as resinas Bulk-Fill modificarão os conceitos tradicionais da Dentística Restauradora com a simplificação da técnica incremental. A técnica restauradora torna-se mais rápida e sujeita a menos erros técnicos, sem prejuízos estéticos ou na longevidade. Conclusão: o uso de resinas compostas Bulk-Fill pode aumentar a produtividade clínica, contudo, devem ser realizadas seguindo-se a técnica correta respeitando-se o limite de profundidade para as camadas.