PROLAPSO UTERINO EM BOVINOS

Abstract

Introdução: Dentre os distúrbios que acometem a fêmea bovina no periparto destaca-se o prolapso uterino, o qual pode ocorrer de forma parcial ou completa. Os fatores predisponentes são elevadas concentrações séricas de estrógeno, deficiência de alguns minerais, especialmente cálcio e fósforo, predisposição genética, má formação do canal obstétrico e edemas vulvares. O prognóstico depende do grau de lesão e de contaminação do útero. Objetivo: Identificar a ocorrência de prolapso uterino nos animais em diferentes regiões, assim como o momento da gestação quando ocorre o relato da enfermidade. Ainda, foi objetivo deste estudo comparar a terapêutica aplicada a estes casos com a literatura existente. Materiais e métodos: Foi elaborado um questionário contendo dez perguntas referentes ao prolapso uterino em vacas. Este questionário foi enviado para 10 Médicos Veterinários das regiões de São Paulo (3), Minas Gerais (4) e Rio de Janeiro (3). As respostas foram transformadas em porcentagem e os resultados comparados aos relatos de literatura. Resultados: Os médicos veterinários entrevistados relataram que o prolapso acomete em média 5% das vacas, sendo mais comum em fêmeas multíparas (60%), concordando com os achados de literatura. Na literatura, o diagnóstico é realizado com base na inspeção para identificar as estruturas uterinas e anexos placentários exteriorizados, além do grau de prolapso e as alterações presentes no tecido exposto. O tratamento é realizado pela sequência de três etapas: preparação e limpeza do órgão e do animal; reintrodução (redução) do útero na cavidade abdominal; e manutenção da localização anatômica e topográfica do útero. Cem porcento dos veterinários entrevistados optam pela estabilização do animal, redução do prolapso e cuidados após o procedimento. Em relação ao uso de fitoterápicos, foi observado que 50% dos entrevistados usam ou recomendam algum tipo de medicação à base de plantas, como por exemplo, a lavagem da infusão do broto de goiabeira, que apresenta ação adstringente e auxilia na redução das estruturas expostas, contudo, ainda são necessários maiores estudos para comprovar sua eficácia. Conclusão: Em relação aos dados científicos já existentes sobre prolapso uterino e as respostas obtidas dos entrevistados, foi possível comprovar que a teoria literária foi aplicada à prática e que apesar de apresentar índices baixos em relação ao rebanho total, devemos nos atentar sobre o assunto, pois trata-se de uma enfermidade de rápida evolução, gerando impacto econômico na cadeia agropecuária, já que apresenta maior mortalidade quando comparado a prolapsos vaginais, além de culminar em infertilidade e descarte de animais.