PREVALÊNCIA DE LESÃO POR PRESSÃO E FATORES ASSOCIADOS, EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Resumen

Introdução: Apesar dos avanços tecnológicos nos cuidados à saúde, as Lesões por Pressão (LP) apresentam índices de prevalência elevados em pacientes hospitalizados, especialmente naqueles internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Pacientes críticos são altamente vulneráveis ao desenvolvimento de LP devido a fatores de risco específicos. Objetivos: Identificar e analisar a prevalência, fatores demográficos e clínicos associados à ocorrência de Lesão por Pressão (LP) em uma Unidade de Terapia Intensiva Adulto (UTIA); descrever as características das LP encontradas quanto à: localização, classificação, tipo de tecido, e terapia tópica utilizada; verificar as associações estatísticas existentes entre a ocorrência de LP e os fatores sociodemográficos e clínicos dos pacientes internados na UTIA. Método: Estudo descritivo-exploratório, retrospectivo, de natureza quantitativa, realizado na UTIA do Hospital Universitário (HU), após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. Os dados foram coletados, do banco de dados de um projeto de pesquisa maior, contendo as variáveis sociodemográficos, clínicas e das LP de pacientes internados na UTIA em 2014. Analisaram-se os dados de forma quantitativa empregando-se estatística descritiva; as associações entre a variável dependente (presença de LP) e as variáveis independentes foram obtidas primeiramente pelo teste exato de Fisher para as variáveis categóricas e teste t para as numéricas. Após as análises univariadas foi realizada a análise de regressão logística. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados e Discussão: No ano de 2014, 756 pacientes estiveram internados na UTIA. 434 eram do sexo masculino com idade média de 61,2 anos (DP 17,5). Como motivo de internação predominou o pós-operatório, 162 pacientes evoluíram a óbito e 407 receberam alta para a unidade semi-intensiva. Quanto às LPs, 571 pacientes tinham a Avaliação de Risco pela escala de Braden e 63 pacientes apresentaram LP durante a hospitalização, sendo a prevalência de 8,3% (63/756), e destas, 35 estavam presentes na admissão para UTI. Houve predomínio de LPs em estágio II (42,9%), na região sacral (49,2%), com tecido de granulação (38,1%) e o produto mais utilizado para tratamento foi Hidrocolóide (44,4%). Na análise univariada, para as variáveis categóricas, verificou-se que os fatores associados à presença de LP foram o tipo de alta da UTI (p = 0,012) e o escore de risco na escala de Braden (p = 0,014). Relacionado às variáveis quantitativas, o tempo de hospitalização na UTI mostrou-se estatisticamente significante (p < 0,001). ...