TRATAMENTO ORTOPÉDICO FUNCIONAL NA DENTADURA MISTA: RELATO DE CASO.

Resumen

Objetivo: O objetivo deste trabalho foi relatar um caso clínico de um paciente com apinhamento ântero-inferior associada à atresia da arcada superior com evidente falta de espaço para erupção dos caninos, bem como evidenciar a importância da correta aplicação dos princípios da Ortopedia Funcional dos Maxilares no tratamento destas má oclusões. Materiais e Métodos: Paciente J. H. S. L., sexo masculino, 8 anos e 11 meses, e sua acompanhante procuraram atendimento com queixa de pouco espaço para erupção dentária e por um mal posicionamento dentário inferior, com consequente comprometimento estético. Ao exame intraoral, foram observados achados como: atresia maxilar e mandibular, relação molar em Classe II de Angle, desvio da linha média para esquerda, apinhamento inferior e giroversão dos dentes 32 e 42. Aos achados clínicos e cefalométricos, o diagnóstico foi de perfil convexo com bom posicionamento da maxila e retrusão mandibular, Classe II esquelética, bom posicionamento dos incisivos centrais superiores e vestibularização dos incisivos centrais inferiores. O exame radiográfico indicou presença de todos os dentes permanentes, porém com pouco espaço para erupção dentária dos mesmos. A tomada terapêutica, em um primeiro momento, será baseada no uso de Aparelho Ortopédico Funcional do tipo “Simões Network 1” (SN 1), trata-se de um aparelho bimaxilar, utilizado em casos de neutro e disto oclusão, solto entre as arcadas, cujo papel principal é estimular a mandíbula à posição da oclusão funcional, mantendo-a em sua relação normal com a maxila, com o objetivo de conseguir que mais tarde, essa posição se converta em habitual, bem como uma expansão dentoalveolar satisfatória dos maxilares. Resultados: Através do uso do SN 1, espera-se obter a expansão dentoalveolar da maxila e corrigir a atresia do arco superior a fim de anular a discrepância negativa entre o espaço presente e o espaço requerido, além de alcançar a alteração da mandíbula no sentido anterior e vertical, assegurando o maior espaço bucal possível e a correção do plano oclusal funcional. Conclusões: Esse manejo no tratamento de maloclusões é muito importante, sobretudo na fase de dentadura mista, pois, além de devolver a estabilidade oclusal, consegue atingir uma relação postural e muscular harmônica para o paciente, promovendo a devolução de estímulos normais de crescimento e desenvolvimento do aparelho estomatognático por meio de forças do próprio organismo. Assim, é possível alcançar um bom desempenho das funções de mastigação, deglutição, respiração e fonoarticulação, além da melhoria estética do sorriso.