ECOLOGIA DE DIATOMÁCEAS DO RESERVATÓRIO CABUÇU, GUARULHOS, SP-GUARULHOS, QUALIDADE DA ÁGUA, SAZONALIDADE E CORRELAÇÃO COM PARÂMETROS FÍSICOS E QUÍMICOS.

Resumo

O principal objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade da água do Reservatório Cabuçu, Guarulhos – SP, Brasil, importante manancial de abastecimento público, a partir do conhecimento sobre a ecologia de algas diatomáceas. Este estudo, que apóia-se na condição desses organismos como bioindicadores, quantificou comunidades de diatomáceas perifíticas e correlacionou dados qualitativos e quantitativos com parâmetros físico-químicos e biológicos, utilizados pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo – Cetesb, para avaliar a qualidade da água, neste caso o Índice de Qualidade de Água – IQA. Foram feitas coletas mensais de diatomáceas em raízes de plantas de Eichornia crassipes (águapé) e Polygonum sp. no período de outubro de 2007 a novembro de 2008. Após o tratamento químico das amostras as algas foram identificadas e os seus requerimentos ecológicos levantados a partir da literatura científica. Os dados foram avaliados junto aos dados físico-químicos, biológicos e ao IQA obtidos concomitante por outros autores para o mesmo período de tempo. Foram observadas alterações sazonais nas estruturas das comunidades diatomáceas, alterações em parâmetros químicos e biológicos relacionados à qualidade da água. Muito embora tenham ocorrido oscilações nas estruturas das comunidades, estas não podem ser atribuídas às variações ambientais, que também não causaram interferências importantes na qualidade da água. Sendo assim, reflexos da ocupação urbana nas proximidades do Reservatório não foram percebidos através dos organismos estudados avalizando a qualidade ambiental do reservatório em conformidade com o índice de qualidade de água proposto. Pelo fato de ter águas oligotróficas, ser circundado por vegetação protegida por lei e possuir uma contribuição oriunda de bacias não impactadas, a dimensão da atividade antrópica, apesar de existente, ainda não comprometeu a qualidade da água e pode justificar a presença de táxons estritamente eutróficos inclusive em meses de maior precipitação no reservatório.